Os fatores de risco com maior impacto para DCPO e delirium são idade avançada e disfunção cognitiva prévia (10–12) A incidência de delirium em pacientes maiores de 65 anos varia de 4 a 55%, ao passo que em idosos criticamente enfermos, a incidência ultrapassa 80% (13)Pacientes mais velhos também possuem risco aumentado para DCPO(Ref). Uma revisão sistemática de 2016 com 25 estudos mostrou que cerca de 12% de adultos mais velhos desenvolveram DCPO após cirurgia não cardíaca.
Diagnóstico prévio de demências como Doença de Alzheimer está associado com delirium pós-operatório e DCPO.
Outros fatores de risco associados ao paciente incluem: perturbação do sono pré-operatória, etilismo, polifarmácia, uso de drogas psicotrópicas, e doenças graves como vasculopatias, diabetes mellitus descompensado, síndrome da fragilidade ou dano neurológico prévio.
2. Relacionados à cirurgia
Delirium pós-operatório é mais incidente após cirurgias cardíacas ou cirurgias ortopédicas de grande porte, sendo maiores em cirurgias cardíacas abertas de grande porte (26-52%), cirurgias cardíacas minimamente invasivas (8-26%), fixação de fratura de quadril e artroplastias totais de joelho e quadril (17-31%), cirurgia de cabeça e pescoço de grande porte (12-36%) e cirurgia colorretal (8-54%).
Foi encontrada associação entre tempo cirúrgico/anestésico prologado. Um potencial confundidor desse achado é devido a procedimentos prolongados em geral serem mais complexos.
3. Relacionados à instituição
Um registro de múltiplos institutos com mais de 200.000 pacientes submetidos a cirurgias cardíaca e não-cardíaca identificou alguns institutos com incidências de delirium discrepantes significativamente mais altas ou baixas do que a média de 12%, podendo refletir recursos e/ou protocolos hospitalares para prevenir delirium.