A dependência de drogas é uma doença e como várias outras doenças possuem múltiplos componentes como já vimos: biológicos, psicológicos e ambientais. Portanto fica claro que para desenvolver a dependência o indivíduo deve ter sido exposto a um conjunto de situações que serviam como gatilho para o surgimento da dependência.
É de extrema importância entender quais os gatilhos ara cada indivíduo; desde os estressores ambientais, contexto social e até mesmo as condições físicas que podem estar levando ele a buscar o abuso de substâncias.
O tratamento não será simples, nem rápido, mas pode ter sucesso e salvar o colega vítima de abuso de uma ou mais substâncias. É importante conhecer ao menos grosseiramente os passos que o tratamento pode ter para que se tenha uma idéia do desafio que será para o indivíduo.
O primeiro passo do tratamento é assumir que ele é necessário e que o indivíduo está disposto a isso. O tratamento será baseado em dois pilares: o biológico e o social. Neste momento o indivíduo já apresenta consequências físicas e irá ser necessária uma fase de desintoxicação inicial, que poderá ser acompanhada de intenso sofrimento orgânico e pode necessitar de auxílio farmacológico para ser superada. Utilizando como exemplo o abuso de opioides, a metadona que é um agonista opioide terá um enorme papel auxiliar para permitir a retirada dos opioides que estavam sendo abusados.
Evitar os sintomas da abstinência tem um papel muito maior do que apenas tornar o processo mais fácil para o indivíduo que está fazendo abuso das substâncias, pois os sintomas da abstinência irão remeter o indivíduo a fase inicial do abuso, então será essencial apoio físico e psicológico para reduzir estes fatores negativos e assim minimizar os riscos de recaída.
A terapia cognitiva comportamental tem sido muito utilizada para toxicodependência. Como o proprio nome sugere ela aborda aspectos cognitivos e de comportamento relacionados ao vício. Os pacientes aprendem a reconhecer pensamentos e sentimentos de risco e desenvolver pensamentos e atitudes positivas e de enfrentamento. A terapia de realce emocional também é utilizada para despertar motivação intrínseca.
Reuniões em grupo de suporte também podem ser um ótimo suporte e acompanhamento. Você já ouviu falar dos narcóticos anônimos? Vamos conhecer os doze princípios que eles preconizam?
Confira logo abaixo:
1. Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que tínhamos perdido o domínio sobre as nossas vidas.
2. Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
3. Decidimos entregar a nossa vontade e as nossas vidas aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
4. Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata das nossas falhas.
6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de carácter.
7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse das nossas imperfeições.
8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e dispusemo-nos a reparar os danos a elas causados.
9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicar essas pessoas ou outras.
10. Continuamos a fazer um inventário pessoal e quando estávamos errados admitimos prontamente.
11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar o nosso contato consciente com Deus na forma em que O concebíamos, rogando apenas pelo conhecimento da Sua vontade em relação a nós e pelas forças para realizar essa vontade.
12. Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.
Claro que cada tratamento deverá ser individualizado e nosso objetivo neste curso não é entrar no detalhamento de cada abordagem, mas sim passar uma visão geral dos desafios que o indivíduo com abuso irá enfrentar.