Pré-oxigenação

A pré-oxigenação ou denitrogenação é um procedimento para substituir o nitrogênio nos pulmões por oxigênio, aumentando as reservas de oxigênio do corpo e reduzindo o risco de hipóxia durante períodos de apneia, como a intubação traqueal.

Objetivo

  • Otimizar a saturação de oxigênio no sangue (ligada a hemoglobina e no plasma).
  • Criar um “reservatório de oxigênio” nos pulmões, retardando o início da dessaturação durante a apneia.
  • Aumentar a segurança do paciente em situações em que o manejo da via aérea possa ser desafiador.

Em condições normais, os pulmões contêm uma mistura de gases, sendo aproximadamente 21% oxigênio e 78% nitrogênio. Durante a pré-oxigenação, o paciente respira oxigênio em alta concentração, o que elimina grande parte do nitrogênio dos alvéolos, aumentando a sua concentração nos pulmões.

Como fazer?

  • Respirações espontâneas por 3 a 5 minutos: O paciente respira normalmente, com oxigênio fornecido através de uma máscara com fluxo elevado.
  • Manobra de respiração profunda (8 respirações em 1 minuto): Alternativa em situações urgentes, permitindo pré-oxigenação mais rápida.

Quando fazer?

  • antes da indução de uma anestesia geral para todos pacientes, principalmente aqueles que tenham qualquer condição que reduza a reserva pulmonar ou aumente o consumo de oxigênio
  • antes de realizar uma intubação com sedação / indução associada

O gráfico abaixo mostra de maneira extremamente didática como períodos diferentes de apneia podem ter repercussão diferente a depender das características de cada indivíduo. Quanto maior a gravidade ou maior o número de comorbidades associadas, menor a reserva antes de uma queda na saturação após um período de apneia.

Habitualmente a pre-oxigenação recomendada é com oxigênio a 100%, no entanto devemos considerar que ela pode estar associada a riscos como atelectasia por absorção. Alguns autores sugerem uma leve redução na FiO2 para 0,8 para mitigar esse risco, mas isso pode comprometer a proteção durante a apneia. Portanto, a FiO2 de 100% continua sendo a prática padrão para pré-oxigenação, a menos que haja contraindicações específicas ou ajustes necessários devido a condições clínicas que devem ser analisadas individualmente.

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